quinta-feira, 27 de março de 2014

Eu poderia morar em Brighton

Brighton é o tipo do lugar que faz vc querer sempre mais. Foi a cidade que acolheu meu irmão na Inglaterra e, por conta disso, acabo volta e meia pegando um Southern Train para passar alguns dias curtindo um friozinho à beira mar. E todas as vezes acho que poderia morar aqui.

Ao desembarcar na linda estação de Brighton, fomos direto para o Hobgoblin, pub freqüentado por jovens estudantes (ainda bem que estava vazio) e onde é servido o hambúrguer favorito do Caê.

E tem motivo para isso. The Troll’s Pantry começou como um trailler na rua e acabou se mudando de frigideira e cuia para o pub. Mas o princípio ficou o mesmo: ingredientes orgânicos, produzidos em Sussex por pequenos fazendeiros. Pão caseiro e hamburguer artesanal. O sabor faz jus ao cuidado. Sem falar na atenção ao ambiente: pouco desperdício - evitando servir saladas que ninguém come, batata frita em quantidade exagerada ou lixo demais. Aliás, as chips são um capítulo à parte, temperadas com sal marinho e ervas.


À noite fomos a outro programa bárbaro (que, espero, exista tb no Rio): a Pecha Kucha Brighton Night. São pequenas apresentações de cinco minutos cada, num formato desenvolvido por japoneses. Os PPT são meramente com imagens, comentadas pelo palestrante no gogó mesmo. Uma amiga do Caê foi quem organizou e o line-up incluía cabeças de todo tipo - um ativista do naked bike ride, uma pesquisadora sobre vida de sapo em Brighton, artistas, discussões sobre a simetria na natureza, na física e na vida e apresentação de fotos recolhidas em lixeiras e mercado de pulgas. Dinâmico e interessantíssimo!

Arrematamos a noite num pub, ouvindo boa música brasileira cantada pelo casal Mônica e Pedro, depois de mais uma boa surpresa de Brighton: o Pompoko, discreto restaurante japonês que serve domburi e yakisobas apenas. Autêntico, delicioso e barato!


Ainda bem que fico mais um dia em Birghton!

quarta-feira, 26 de março de 2014

Kaykaing London - mais um lado da mesma moeda


Por motivos pessoais ou profissionais, já perdi a conta de quantas vezes estive em Londres. Morei em Earls Court no ano 2000, quando a Millenium Bridge ainda estava sendo inaugurada sobre o Tâmisa. Aos 23 anos, nem posso dizer que foi uma experiência tão incrível assim. Mal sabia eu que meus irmãos e duas das minhas mais queridas amigas se mudariam para cá e me fariam demais querer estar aqui. Tudo bem que, hoje, Elisa mora no Norte, Caetano ao Sul, Barbara no Leste e Renata no Oeste, só pra me fazer passar horas a fio “commuting” no mega sistema de transporte londrino.

Em 2011-2012 vim várias vezes para Londres também, na preparação para e na cobertura dos Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos.

Cada vez entendo mais a ebulição cosmopolita misturada ao estilo inglês de ver e criticar as coisas. E cada vez gosto mais disso tudo.

Dou sorte, e como, de sempre estar in town no período da maravilhosa exposição anual do National History Museum com as melhores fotos de natureza do mundo. A imperdível “WildlifePhotographer of the Year”. Esse ano não foi diferente.

Diferente mesmo, esse ano, foi o impensável passeio de cerca de 15km-20km de caiaque pelo Tâmisa, de Battersea Bridge até a Tower of London. Dá uma paz danada vc estar ali com seu barquinho diante de tantos monumentos históricos, do vaivém frenético de carros e double deckers sobre as pontes e ferrys com turistas de câmera na mão. Claro que devo ter saído em uma boa dezena de fotos de estranhos ontem!

Com um Google simples “kayak + London”, cheguei à página Kayaking London. Harry Whelan foi quem me respondeu. Experiente canoísta, ele é o atual detentor dos recordes de circunavegação das ilhas da Inglaterra e da Irlanda.

Hoje, Harry comanda uma bem organizada base fincada no pequenino jardim de Cremorne Gardens, próximo aos luxuosos bairros de Chelsea, Battersea e Fullham. São mais ou menos 40 caiaques, remos de primeira e equipamentos suficiente para fazer todo mundo curtir o passeio. Calças térmicas, fleece, casacos, luvas...

Diz o Mo, guia que me acompanhou, que quem rema no Tâmisa encara qualquer outro lugar. A corrente é forte (e, evidentemente, fomos smart o suficiente para estar sempre a favor dela), o vento também (mesmo com a corrente a favor, parecia que íamos contra em alguns momentos) e o trecho na parte central e turística de Londres é extremamente movimentado. Sem falar nas regras para passar sob os arcos das pontes.



Há diversos tipos de passeios oferecidos pela Kayaking London para diferentes tipos de habilidade e disposição: ida ao Big Ben e London Eye, remada noturna, Kayak & Pizza, corporativo etc. O meu foi individual, com o mais longo percurso oferecido. Em menos de três horas (com direito a pit stop para comprar itens de primeira necessidade numa ruazinha perto de Tower Bridge), descobri uma nova maneira de enxergar uma velha conhecida.


E ainda tive fôlego para ir ao Emirates Stadium ver Arsenal x Swansea. Mas isso é papo pra outro post!