terça-feira, 16 de julho de 2013

Pipo - arte para todos


Eu também já fui ao Pipo. Não resisti e, na primeira semana de casa aberta, já estava eu tomando o Caju Amigo com pastelzinho de carne (bochecha de boi ou de queijo mineiro de Campo Redondo) na nova casa de Felipe Bronze na Dias Ferreira.

Não é só marketing, não, pra desgosto da turma do contra. É bom pra dedéu. E eu diria que é também um ato de generosidade. No Pipo, Felipe Bronze deixa sua arte mais perto de quem não tem R$ 500 para uma refeição. E são muitos, obviamente.

Não que as coisas ali sejam uma pechincha, mas o preço é, sim, justo. Não se trata simplesmente de comer, é um momento de alimenta a alma com o que chega à mesa: belo, inusitado, lúdico. Saboroso e surpreendente, como sempre. Uma forma bem mais em conta do que o Oro de experimentar um pouco do que esse chef cada dia mais audacioso e seguro é capaz. Dêem uma mordida no sanduba do "Cervantes" (R$ 32) ou uma garfada do carbonara Oro (R$ 34) e depois a gente conversa.

Resolvi ir ao Pipo na terça passada. "Terça, um dia morto", calculei. Ainda assim, liguei para reservar. Mas a casa não reserva pois "não pode prender a mesa por muito tempo", explicaram ao telefone. Não pode mesmo.

Cheguei às 19:45, orientada por Felipe, que explicou que a coisa começava a ferver todo dia lá pelas 20h mas que a rotatividade era alta. Pois quando baixei ali todas as mesas estavam ocupadas, com o Luiz já de listinha na mão anotando a fila de espera. O espaço é super gostoso, com uma varanda debruçada sobre a Dias Ferreira e cozinha e estoque aparentes. Bem carioca.

No cardápio, pequenas porções em cartaz (seja de entrada ou principal), o que inspira a mesa toda a compartilhar os pratos e provar de tudo. Sempre com drinks ótimos ou acompanhados por vinhos da precisa carta elaborada pela Cecília Aldaz.

Coisa de craque. Coisa de gente de bom gosto. Felipe Bronze tinha que ser Tricolor. ; )

Meia do Rio - O Início da Era Synthroid


Ontem fui ao meu endocrinologista. Foi ele quem orientou a rapar fora minha tieróide quase dois anos atrás. Passei 2012 todo tentando me entender com a falta da "borboletinha no pescoço" e fazendo o corpo funcionar de novo com Synthroid 188 todo dia de manhã. Penei. Enfim, em 2013, me senti pronta a calçar de verdade o tênis e voltar a encarar uma meia maratona. Claro que não poderia ser outra: a Meia do Rio, em julho, com toda a linda organização e energia positiva dos amigos João, Carlinhos, Duda, Luzia, Débora e Júlio da Dream Spiridon.

"Vc correu 21km? Como foi? Sentiu alguma diferença", perguntou Dr. Aílson, enquanto preenchia a anamnese no computador.

"Não sentida nada diferente, não. Fiz o mesmo tempo da minha última Meia, em Buenos Aires, ainda com tireóide", respondi sorrindo.

Sim, o relógio marcou os mesmos 1h59min e uma diferença de apenas cinco segundos (mais rápido na Argentina). Não posso dizer que a vida tenha ficado igual nesses intermináveis 19 meses de iodo, thyrogen, ultrasom e exames de sangue. Mas eu diria que quem está acostumado a enfrentar com paciência e inteligência quilômetros nas ruas consegue superar as incertezas e dores de uma nova realidade forçada.

Foi uma das provas mais gostosas que já corri. Clima perfeito (19 graus na chegada!), largada ainda com o sol nascendo, ritmo seguro (com os primeiros 10km mais conservadores e um gás nos 11km finais, sempre dentro da meta de fechar sub-2h) e uma companhia especial me encorajando e sorrindo comigo a cada passo: como sempre, meu Pedro.

Vencemos mais essa! E é só o começo.

Viva a vida pós Synthroid!